Ola! Estou de volta!!
Eu sei, eu sei!! Demorei muito tempo mas foi um tempo bastante complicado para mim estive em época de exames e empanquei numa parte do conto e não conseguia sair de lá espero que gostem e até à próxima parte. :)
Beijos.
- Nunca mais se atreva a falar
assim da minha mãe. – Ele está realmente furioso levanta-se da cadeira de
repente fazendo com que esta caía no chão com um estrondo que me faz
estremecer. Os punhos dele estão cerrados ao longo do corpo e a sua cara está
vermelha de fúria.
Olho para ele, receosa que perca
o controlo e acabe por fazer algo que não deva, como tentar bater na minha mãe,
que apesar de não ser a melhor pessoa do mundo continua a ser a minha mãe.
Percebo que a minha irmã está de olhos arregalados a olhar para Christopher e
com uma expressão que, suponho, é igual à minha.
- Oh! Claro que não! – Ironiza ela,
as palavras saem-lhe um pouco enroladas por causa de todo o álcool que já tinha
ingerido. Este comentário só piora ainda mais o estado de fúria de Christopher
que, felizmente, saí pela porta fora em vez de tentar argumentar contra ela.
- É exatamente igual à mãe. –
Comenta a minha mãe com asco na voz. – Um inútil!
- Já chega! – Digo com firmeza.
- Tu também és uma inútil! – Diz,
agora com raiva. – Porquê que deixaste este homem entrar em nossa casa? – A
palavra “homem” foi prenunciada com ironia.
- Porque ele é meu pai e pai da
Mimi.
- Tu e a tua irmã deixaram de ter
pai à 14 anos. – Diz com clareza demais para quem estava bêbeda.
- O facto de o teres abandonado
não altera o facto de ele ser nosso pai. – Digo calmamente pois sei que se me
alterar ela vai usar isso contra mim, como sempre faz. Percebo que o meu pai
está farto daquela discussão quando o ouço intervir:
- Eu tenho todo o direito de
estar aqui! Podes ter impedido de ver as minhas filhas até agora mas não podes
mais. A Marie já é maior de idade portanto já pode escolher se quer falar
comigo ou não. Sobre a Mimi falamos depois de eu vir de almoçar. – Responde o
meu pai. Levanta-se da cadeira e sai da casa, não olha nem uma vez para traz
para verificar se estamos atrás dele e percebo que este é o momento que ele nos
está a dar para escolhermos entre ficarmos com ele ou com a nossa mãe. Hesito
um momento mas esse momento passa rapidamente. Se eu não for com ele a minha
irmã não irá sozinha e eu não posso deixar que ela continue com esta vida.
Levanto-me da minha cadeira, estendo a mão para Mimi que de imediato a alcança
e saímos da casa.
Christopher esta do lado de fora encostado as
grades da escadaria à nossa espera.
- Desculpa. – Digo envergonhada.
- Pelo quê?
- Pelo que a minha mãe disse da
tua. – Esclareço.
- Não és tu que tens um pedido de
desculpas a fazer. – Diz. Posso notar que um pouco da raiva anterior volta-lhe
para a voz e rapidamente me arrependo de ter voltado ao mesmo assunto. – Vamos?
- Sim. – Descemos as escadas e
entramos num Mercedes alugado que esta parado a entrada do nosso prédio.
O meu pai leva-nos a comer ao
restaurante mais caro em que eu já tinha estado. Não. Não pensem que é um de
cinco estrelas em que os famosos comem. Na verdade, era bastante simples, mas uma
vez que o único sítio que eu já tinha ido comer sem ser na minha casa e na escola
foi o McDonald’s, então qualquer sítio parecia maravilhoso.
Durante todo o jantar eu, a minha
irmã e o meu pai com partilhamos várias coisas sobre a nossa vida atual: momentos
engraçados que tenhamos vivido, a nossa rotina, experiências não tão boas…
Christopher quase não falou durante a refeição, acho que nos estava a dar tempo
para nos atualizarmos uns com os outros, não que fosse possível recuperar 14
anos das nossas vidas em apenas umas horas mas nós tentámos porque queríamos que
fosse possível.
No final do almoço o meu pai diz:
- Eu e a Mimi vamos falar com a
vossa mãe. Tu e o Chris dêem uma volta por ai. Quando for para ir embora eu
ligo-vos.
- Não, pai. Eu vou com vocês! –
Digo.
- É melhor se apenas eu e a tua irmã
formos, quanto mais gente for falar com a tua mãe mais espetáculo ela dá e eu
preciso que ela aceite que eu fique com a guarda da tua irmã. – Explica. Olho-o
sética.
- Como é que esperas fazer esse
milagre?
- Eu tenho alguns argumentos
bastante convincentes dos quais a tua mãe ainda não pensou. – Diz sorrindo
levemente para mim. Lentamente começo a acreditar que, dentro de pouco tempo,
tudo vai ficar bem. A minha irmã vai ter as oportunidades que eu não tive e eu
vou ter oportunidades de fazer coisas que já tinha desistido de imaginar que algum
dia faria.
- Pai?
- Sim?
- Realmente trais-te a mãe com a
mãe do Christopher? – Sinto Christopher ficar tenso ao meu lado mas tento
ignorar, eu preciso da resposta àquela pergunta porque que a imagem que eu
tenho do meu pai não corresponde à de alguém capaz de trair mesmo que amasse
muito a mãe de Christopher.
- Não. – Responde e eu sinto-me
mais aliviada do que estava preparada para admitir e sinto Christopher relaxar.
– Eu já a amava mas nós não nos envolvemos antes de eu e a tua mãe estarmos
oficialmente divorciados.
- Então porquê que a mãe acha que
sim? – Pergunta Mimi.
- Não sei. – Diz suspirando. – A
vossa mãe sempre foi uma mulher muito ciumenta. Vocês não se lembram mas a
Margarida ficou viúva dois dias depois de o Christopher nascer. – Conta ele com
um olhar distante, aquele olhar que toda a gente tem quando se lembra do
passado. – Ela era mulher do meu melhor amigo e eu sempre pensei que ele tinha
muita sorte por se ter casado com ela pois é uma grande mulher. Um dia, quando
eu e a vossa mãe já namorávamos a mais de um ano, cometi o erro de revelar
estes pensamentos à vossa mãe. – Continua ele com um sorriso amargo. – Ela nunca
mais falou com a Margarida como antes, uma vez, chegou mesmo a trata-la mal.
Eu e a minha irmã olhamos uma
para a outra desgostosas com as atitudes da nossa mãe.
- Depois de o marido ter morrido,
eu e a vossa mãe, por insistência minha, começamos a visitar Margarida com
maior frequência. A partir desse momento o ciúme da vossa mãe tornou-se impossível
de aguentar mas eu continuei com ela pois achava que a amava. Pouco a pouco
comecei a passar mais tempo com Margarida do que com a vossa mãe, o que deixava
mais tempo para a vossa mãe pensar e ouvir a vossa avó que adorava meter
bichinhos na cabeça dela para que ela fosse embora. A vossa avó sempre odiou a
vossa mãe. Isabel não era de uma família rica como a minha mãe queria que eu
casa-se. E provavelmente foi ela que, finalmente, conseguiu convencer a vossa
mãe de que eu tinha um caso com Margarida.
Comentem por favor!!!! =D
- Katra