aqui está a segunda parte do conto de Natal. Em princípio, amanha postarei a 3º parte.
Peço desculpa por não ter postado mais cedo mas a época natalícia é sempre muito ocupada cá em casa.
Espero que gostem!!!! :)
Levantei-me e abri a porta.
Um homem de mais ou menos 45 anos e um rapaz de mais ou
menos 22 anos encontravam-se na entrada da minha porta. O homem tinha cabelos
castanhos com algumas mechas brancas, olhos verdes e o seu sorriso era igual ao
sorriso com que eu sempre sonhava, pois aquele homem era Pierre, o meu pai.
Fiquei paralisada com a enxurrada de lembranças que voltaram,
com a simples imagem do seu rosto. O seu sorriso quando voltava de viagem e
via-me a correr para ir ter com ele, o seu olhar carinhoso sempre que me ia
deitar, a alegria que tinha de vida (era uma alegria tão grande que até uma
criança de 4 anos a conseguia perceber).
- Ola, Marie! – Diz o meu pai ainda a sorrir, ao não me ver
reagir acrescenta com o sobrolho ligeiramente franzido. – Sou eu, o teu pai.
- Eu sei. – Respondo eu voltando à realidade. Uma lágrima
escorre-me pela cara a baixo e eu não fiz nada para a parar. Em vez disso, afasto-me
para o lado e fiz sinal para que eles entrassem. Quando o rapaz passou por mim
percebi que ele era realmente lindo, ainda não lhe tinha prestado muita atenção.
Tinha cabelo preto, olhos azuis e podia-se perceber os músculos por baixo do
fato que vestia.
Conduzo os dois para a cozinha/sala e sirvo-lhes chá. Sento-me
envergonhada por não ter mais nada para lhes servir mas a minha mãe já tinha
acabado com todas as bebidas alcoólicas cá de casa à muito tempo e o café tinha
acabado à dois dias, como ainda não tinha recebido este mês, não tinha dinheiro
para desperdiçar com café.
Sento-me na mesa à beira deles e resolvi iniciar a conversa.
- Só li hoje a carta.
- A carta? Mas ela estava endereçada à tua mãe? – Responde-me
o meu pai com o sobrolho franzido.
- Ela não se mantém tempo suficiente sóbria para ler a
correspondência. – Respondo envergonhada.
- Está tão mau assim?
- Sim. – Respondo
concisa.
- Desculpa. – Diz ele. Nos seus olhos podia-se ver todo o
seu arrependimento, senti-me mal por isso. Na minha cabeça a culpa de tudo era
da minha mãe mas eu sabia que não era verdade. O meu pai também tinha a culpa de
muita coisa, eu é que sempre o considerei perfeito, talvez por a última vez que
o vi ser apenas uma criança que idolatrava o pai.
- Porque que nunca nos vieste buscar?
- Porque achei que vocês iam ficar melhor com a vossa mãe,
ao fim dum mês pus um detetive atrás de vocês pois queria ver-te e à tua irmã,
o detetive demorou certa de meio ano a encontrar-vos. Então, nessa altura que
tentei convencer a vossa mãe a deixar-vos vir passar ferias comigo, foi também
nessa altura que mandei o divórcio para que ela assinasse, junto mandei uma
carta a explicar que não pediria a vossa custodia se ela deixasse vocês irem
passar as ferias comigo e disse-lhe que mandaria também 600 euros por mês para
ti e para a tua irmã. A tua mãe nunca me respondeu simplesmente mandou-me os papeis
do divorcio assinados e fugiu novamente com vocês as duas.
- Eu nem se quer sabia que vocês estavam separados nem que
tu nos mandavas dinheiro. – Disse. O meu pai olhou para mim, triste.
- Eu não sabia que as coisas estavam tão mal assim.
- Mas tu na carta disseste que tinhas um detetive a
vigiar-nos, como é que é possível não saberes como é que estavam as coisas? –
Pergunto-lhe confusa.
- Não sei, sinceramente, não sei. Eu sempre pensei que vocês
tivessem pelo menos uma vida segura, em termos de dinheiro. Sempre foi isso
que o detetive deu a intender. – Responde ele, parecia um pouco zangado.
- Eu sempre disse que não confiava naquele detetive. –
Comenta o rapaz, que eu não conhecia, com desprezo. – Não me admirava nada que
a Isabel tivesse pago ao detetive para te mentir durante todos estes anos.
- Com que dinheiro? – Pergunto-lhe eu, acabando por defender
a minha mãe mesmo sem querer.
- O que o teu pai mandava para vocês. – Responde ele
rapidamente. Não gostei nada que ele, um total desconhecido para mim, estivesse
a acusar a minha mãe mas, simplesmente, lhe dirigi um olhar assassino em vez de
lhe responder.
O meu pai ao perceber que o ambiente estava a ficar um pouco
hostil lembrou-se que ainda não nos tinha apresentado.
- Ó meu Deus! No meio desta confusão toda esqueci-me de vos
apresentar. Marie este é o Christofer.
- Nós já nos conhecemos. – Diz o rapaz, que eu agora sei
que se chama Christofer, com um ar aborrecido.
- Conhecemos?! – Pergunto espantada. – De onde?
- Da infância. Nós costumávamos ser inseparáveis. – Diz com
o olhar suave e um pouco distante, como se estivesse a lembrar-se de alguma
coisa.
- Não me lembro de
ti. – Mal acabo de falar e percebo que estou a ser um pouco rude e nem sequer
sei porquê.Comentem, por favor!!!
- Katra