quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Prometeu, Pandora e Licáon - Parte 2

     Olá meus caros leitores. 
    Como prometido (apesar de já ter passado alguns meses), aqui está a continuação da primeira parte de Prometeu, Pandora e Licáon. Para entenderem esta parte, é melhor relembrarem o que foi dito anteriormente. Para isso, podem ver por aqui. 




O Roubo do Fogo

     O pai dos deuses honrou a sua palavra. A divisão da carne feita por Prometeu, seria sempre da mesma maneira para todos os sacrifícios futuros. Zeus, nada podia fazer para alterar o acordo. Este, porém, podia vingar-se tanto da humanidade como de Prometeu que tanto gostava deles, fazendo um novo regulamento. Como castigo, nenhum humano podia usar o fogo, ou seja, não poderiam se aquecer, não podiam forjar armas e, o mais importante, não podiam cozinhar alimentos. Se aos deuses era negada a possibilidade de cozinhar alimentos nos seus altares, aos mortais seria negada a possibilidade de terem alimentos cozinhados nas suas mesas.

     Prometeu subiu ao Monte Olimpo para roubar o fogo dos deuses. Diz-se que a deusa Atena (Minerva) o terá ajudado, visto que, ela protege a inteligência e a habilidade. Prometeu manteve o fogo numa cana oca ou talvez num pé de funcho enquanto descia para o mundo mortal. Viajou por todo o lado onde viviam seres humanos. O Titã espalhou por todo o lado a dádiva do fogo e não tardou a haver tantos fogos em tantas lareiras que os deuses  foram incapazes de os apagar. 



Pandora

Pandora e a caixa.
    Zeus estava furioso e decidiu pregar uma partida à humanidade e aos Titãs. No entanto, Zeus era cauteloso ao tentar enganar Prometeu, embora estivesse muito confiante de que o irmão poderia ser facilmente enganado por Epimeteu, o qual não era o mais esperto dos Titãs. Zeus pediu a Hefesto (Vulcano), o deus ferreiro, para construir uma bela mulher de barro e para a nomear de Pandora, cujo significado do nome é "cheia de todos os dons". O pai dos deuses colocou nos braços de Pandora uma grande caixa que estava selada e disse ao filho Hermes (Mercúrio) que a entregasse a Epimeteu como noiva, sendo um presente dos deuses. 
     Prometeu avisou o irmão para ser muito cauteloso com todos os presentes que viessem de Zeus, que não tinha nenhuma razão para ser amistoso. Como Pandora era uma mulher muito bela, Epimeteu decidiu casar-se com ela. Hermes avisou Pandora para nunca abrir a caixa que possuía. Nas primeiras semanas, Pandora resistiu à tentação mas, de dia para dia, a sua curiosidade crescia. Esta bela mulher pensava que dentro da caixa estaria alguma coisa preciosa e que era injusto por parte dos deuses terem-lhe dado algo e proibi-la de ter esse prazer. Por fim, Pandora abriu a caixa. De dentro da misteriosa caixa, saiu todas as doenças e desastres que assombravam a humanidade. Pandora ainda tentou fechar a caixa, no entanto, só conseguiu manter lá dentro a Esperança. 
     Em outra versão desta história que tenta desculpar os deuses, diz-se que se, de facto, a Esperança estava no fundo da caixa, por certo o resto do conteúdo era igualmente encantador. Nesta versão, a caixa estava a abarrotar de dádivas, as dádivas dos deuses do Olimpo e todas elas, à exceção da Esperança, foram por nós perdidas devido à curiosidade de uma louca. 
   

Curiosidade

     Esta história, de como o mal chegou ao mundo devido à loucura de uma mulher, é o reflexo da história bíblica da tentação de Eva pelo Fruto Proibido, o que trouxe a morte ao mundo juntamente com outras calamidades. Alguns teólogos argumentam que o mito de Pandora é uma imagem fraca da verdade bíblica. Críticos especializados em mitos, frequentemente, classificam todas as mulheres pela introdução do mal no mundo como fruto de uma sociedade patriarcal. 


Bibliografia

Livro "Mitologia e lendas de todo o mundo".
Livro "Dicionário cultural da mitologia Greco-Romana".








Beijos,

-F



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