segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Entrevista a Catarina Pinto

Olá leitores.
Hoje trago uma entrevista feita à escritora Catarina Pinto. Já postei um poema desta autora no mês de Setembro intitulado de "Escuridão da Alma".
Agradeço desde já à Catarina por disponibilizar um pouco do seu tempo para responder à entrevista.




   Entrevista:


1 - Catarina, como foi e quando se deu o seu encontro com a arte?

A verdade é que começou bastante cedo, ainda mal sabia ler e perdi-me nos inúmeros livros que os meus pais tinham em casa. Já na escola era costume ir à biblioteca e escolher um livro para o "fim de semana"... Lia um pouco de tudo: poesia, histórias juvenis, romances... Esse hábito de leitura começou cedo e tem me acompanhado desde sempre.


2 - Quais as influências de infância e de adolescência que marcaram a sua vida, tanto como escritora, como uma mulher adulta?

Principalmente os meus pais, os livros e os poetas e/ou escritores que deixaram uma marca forte no nosso país, desde Florbela Espanca, Eça de Queiroz, Pessoa... Recordo perfeitamente de ir para a Biblioteca Municipal do Porto nos dias em que não tinha aulas de tarde (isto na adolescência).



3 - O "Idílio" foi um sonho completamente realizado? Se não foi, o que faltava?

Considero que o "Idílio" foi realizado, cada poema é de algum momento específico, mas que começou e por ali terminou... E logo de seguida, surge outro e é como um ciclo de vida...


4 - No "Idílio" um dos pontos que se toca, além do amor, da tristeza e do agradecimento, também se fala da terra maravilhosa que é o México. O que houve de tão especial no México para a fazer amar assim tanto essa terra?

É verdade, e falo porque o México faz parte de mim, costumo dizer que sou Mexicana de alma e cada vez mais acredito nisso. Existem lugares onde nós nos sentimos em casa e foi assim durante os mais de dois anos que lá estive. Foi um momento de encontro e de conciliação comigo mesma, foi o amadurecer que tanto ansiava. O México desde muito cedo passou a fazer parte da minha vida, desde os onze anos que tinha um fascínio e ainda tenho os meus primeiros livros do México que eram guias de viagem, mas para mim eram e são um dos meus tesouros, pois o que eu sonhei durante anos evoluiu para a realidade e a verdade.


5 - O México influenciou a sua maneira de escrever?

Completamente, lá senti algo único, a liberdade e o gosto por viver Tudo o que lá se passou de bom ou de mau, moldou a minha escrita totalmente. Passou a ser uma descoberta de novas palavras, de um novo idioma que iria deixar "lascas" na minha poesia.


6 - Que tipo de feedback o "Idílio" tem recebido?

Tem sido bastante bom o feedback dos leitores, têm acarinhado bastante, o que nos leva a sentir bem e quando se identificam com um ou mais poemas é deveras gratificante, conseguimos lá chegar, ao interior do leitor. Por diversas vezes disseram-me "é exatamente o que eu sinto, mas não sei dizer, não sei escrever..."


7 - Fale um pouco sobre si, quem é a Catarina Pinto?

Catarina Pinto é uma pessoa completamente normal, com uma longa história de vida como todos. Que não desiste dos seus sonhos. Há sempre um caminho para seguir... Hoje em dia sou uma pessoa apaixonada pela vida e por quem me rodeia.


8 - Para quem escreve?

Para mim, para o meu México, para quem amo, para quem me possa ter ferido, para algum instante que me marcou, para os leitores, para a imaginação... A escrita é na verdade, um jogo poético...


9 - Se pudesse escolher um animal, que tipo de animal escolheria?  E porquê?

Outra vez o México está presente, se pudesse escolher seria um quetzal, um pássaro que predomina na América Central e porque está associado de uma certa forma a uma divindade das culturas mesoamericanas como toltecas e astecas, Quetzalcoalt, ou seja, a serpente emplumada.



10 - Qual é o seu maior sonho? E o maior medo?

O meu maior sonho já o realizei, sobreviver diariamente e ter encontrado a paz e a felicidade. O maior medo é um dia perder o que consegui.


11 - Tem algum arrependimento?

Não. O que fiz de mal está feito e não há maneira de mudar. Se mudasse, com toda a certeza não estaria onde estou nos dias de hoje. E não é o que quero.


12 - Há algum projeto em vista?

No computador imensas ideias já escritas ou alinhavadas como pequenos livros de poesia, cada um com uns trinta poemas, um romance, um livro de contos e outro sobre o México... E espero num breve período de tempo ter o prazer de publicar.



13 - Que conselho daria a jovens escritores?

Jamais desistam de um sonho, pareça ele uma utopia ou algo estranho... É preciso saber esperar, porque no momento certo sucede. Continuem sempre a escrever, sejam persistentes, aceitem as críticas mas sejam vocês mesmos, não mudem para parecer bem... Quantas vezes ai está a diferença e o sucesso.




Autobiografia: 

Nasci em 1981 na freguesia de Fânzeres, Gondomar. Hoje resido em Amarante.
Tive a oportunidade de viajar e inclusive vivi dois anos no México (país da minha alma, que me marcou muito como pessoa e mesmo na forma de escrever.)
Tenho o 12.º ano de Comunicação e Difusão mais um curso de Animadora Sociocultural. Trabalhei como secretária, em organização de festas e em Creche.
Escrevo desde os 13 anos, a escrita é uma forma de refúgio. Ajuda-me a ser uma pessoa diferente. Durante o tempo que estive no México escrevi sob o nome de Nina, de regresso a Portugal optei pelo meu nome mas a escrita tornou-se diferente... Talvez como eu...
Os primeiros textos que escrevi são como uma Antologia... Passam de 2000. Agora comecei a escrever como livro "As histórias que os livros não contam", "Teus Olhos Liláses", "O que resta de mim", "Saudade do Ontem, "A magia das palavras", "Desfolhando pétalas", "Pecado vermelho" e "Cempoalxóchilt"; têm cerca de 20 poemas cada um e não estão publicados.
"Idílio" é o primeiro livro que publico. Participei na Antologia Solar de Poetas I e Mar-à-Tona da editora Modocromia; Poesia Sem Gavetas III  da Pastelaria Studios e por fim Lugares e Palavras do Porto da Lugar da Palavra Editora, todos em 2014.



Beijos,
-F

4 comentários:

  1. Ois,

    Gostei de ler a entrevista e embora não conheça, adorava ir ao México, deve ser um pais bem misterioso :)

    Bjs

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    1. Olá Fiacha,
      No que toca em ir ao México já somos dois :D
      Beijos,
      -F

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  2. Obrigado Fiacha

    Obrigado pelas palavras .. mas antes demais tenho que agradecer a Flávia pela oportunidade, é um prazer ler aqui a entrevista...
    Quanto ao México é mesmo um pais lindo onde os opostos são mesmo opostos no sentida da palavra ... muito rico em cultura, gastronomia e não é so a praia e resort... existem um lugares mágicos perdidos no mapa :-)

    desejos de uma boa tarde

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    1. Olá Catarina :)
      Eu é que agradeço por dispensar um pouco do seu tempo :)
      Acredito que deve ser maravilhoso :D
      Beijos,
      -F

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