quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A Magia do Natal!! - Parte 3

Peço imensas desculpa para só estar a postar agora a continuação mas é que eu tenho que escrever todos os capítulos à mão antes de os passar para o computador e revisar todo o conto e isso anda demora. Pare além disso, estive cheia de testes.
Desculpem!
Espero que gostem! :)



- Suponho que seja normal, só tinhas quatro anos na última vez que nos vimos. – Responde ele nada ofendido com a maneira com que eu falei com ele.
- Deve ser isso. – Respondo envergonhada.
Não tenho de que me envergonhar! Até à dois segundos atrás ele estava a ser sarcástico e a falar mal da minha mãe.
Nesse momento Mimi entra na cozinha com uma camisola na mão:
- Marie, podes cozer-me… - Ao reparar no meu pai e em Christopher interrompe-se: - Desculpem, não sabia que tínhamos visitas. – Diz olhando para mim admirada.
Tenho a certeza que ela não os reconheceu, tinha apenas dois anos na última vez que viu o nosso pai. A nossa mãe nunca nos mostrou uma fotografia dele, dizia que ele tinha deixado de ser nosso pai a partir do momento que arranjou uma amante. Esta não é a minha opinião mas ela nunca me perguntou o que eu achava sobre este assunto.
Sei que vou ter que lhe contar quem é, mas não quero. Por alguma razão a minha irmã sempre nutriu um certo ódio pelo meu pai mesmo que se esforçasse ao máximo para o esconder, ela sabia que eu ainda o amo.
- Senta-te aqui, Mimi. – Digo indicando a cadeira ao meu lado. Depois de uma breve hesitação, ela sentou-se a minha beira e eu apresentei-a (como se eles não se conhecessem todos!):
- Estes são o Pierre e o Christopher.
- Pierre? – Repete Mimi desconfiada. Depois abana a cabeça negativamente e com uma calma lógica que só ela consegue, diz: - Não, não pode ser o Pierre que eu estou a pensar, esse nunca apareceria cá em casa.
O choque cobre o rosto do meu pai e eu compreendo-o. Depois de ser tão bem recebido por mim ele nunca esperava que a minha irmã tivesse tanto ressentimento dentro dela, ao ponto de não aceitar a sua identidade.
- É esse mesmo Pierre. – Digo suavemente, ela acreditou em mim, afinal nunca lhe tinha mentido. A sua expressão não se alterou nem um bocado com a confirmação do que ela mais temia (ou esperava, não tenho a certeza).
- O quê que estás aqui a fazer? – Pergunta ela ainda calma, parecia que nada daquilo a afetava diretamente.
- Vim ver as minhas filhas. – Respondeu o meu pai, simplesmente. Mais uma vez Christopher ocupou a posição de espectador. Fiquei a olhar para ele e de repente tive um vislumbre dele em criança, pelo menos eu achava que era ele, já que ele me tinha dito que éramos inseparáveis quando crianças. Estávamos a brincar num lago abeira da minha casa de infância, eu estava a rir-me muito enquanto ele atirava-me água para a cara com um enorme sorriso matreiro no rosto. Continuei a observá-lo na esperança que mais daquelas alegres e escassas memorias de infância voltassem, mas não me lembrei de mais nada. Ele olha para mim e ao percebe que eu o estou a observar sorri e pisca-me um olho. Um arrepio sobe pela minha espinha acima e eu desvio o olhar. Sinto-me nervosa a volta dele e isso nunca me tinha acontecido.
- Agora? – A réplica da minha irmã traz-me de volta a realidade. – Depois de 14 anos? Depois de 14 sem nos mandares uma carta ou nos telefonares sequer uma vez? – Ela conseguiu parecer calma e indignada ao mesmo tempo e eu fiquei admirada, não é algo que se consiga fazer assim tão facilmente. – Sabes o que é um telefone certo? – E por fim a ironia, penso, esta sim é realmente a minha adolescente irmã, com todo que a de bom nesta época da nossa vida: hormonas aos saltos e mau feitio.
- Eu mandei-vos uma carta. – Diz. – Após o divórcio voltei a contratar o detetive para vos encontrar outra vez. – Esclarece e olha para mim a procura de apoio.
- O quê? – Pergunta Mimi desconsertada, nunca lhe tinha passado pela cabeça que o nosso pai tivesse tentado encontrar-nos. Ate aos seus 7 anos de idade a minha irmã não parava de falar do nosso pai, passava a vida a perguntar-me como é que ele era e quando é que ele nos vinha buscar, eu respondia-lhe sempre que ele viria um dia. No dia do pai do ano em que ela completaria sete anos toda a sua curiosidade pelo nosso pai desapareceu, quando voltou da escola nesse dia vinha triste e com os olhos inchados de chorar e quando lhe perguntei o que se tinha passado recusou-se a dizer-me. Nunca soube o que se tinha passado naquele dia mas sempre imaginei que tivesse ouvido alguém a falar de nós. Depois disto o nome do nosso pai nunca mais foi mencionado por mim ou Mimi ou mesmo a minha mãe, dentro ou fora de casa, sempre que eu tentava tirar mais alguma informação a minha mãe sobre ele, ela apanhava um bebedeira ainda maior das que costumava apanhar e rapidamente desisti de tentar.
Rapidamente expliquei-lhe o que o nosso pai tinha contado até agora. Mimi manteve-se em silêncio o tempo todo e toda a calma que antes que se pode observar nela voltou mas quem a conhecesse podia perceber que aquilo era só uma mascara.
- O resto é o pai que tem que contar. – Digo.
- Continue. – Diz Mimi, um pouco de esperança soou na sua voz mesmo sem ela querer.
- Eu mandei-vos uma carta meio ano depois do divórcio. O detetive encontrou-vos um mês depois de vocês se terem mudado mas nesse tempo a tua mãe já tinha conseguido pedir a vossa custódia, conseguiu provar que eu era violento e, por isso, nem eu vos podia visitar nem vocês a mim. – Diz. – Sinceramente, nunca percebi como é que ela conseguiu, quando tentei perceber disseram-me que ela tinha arranjado uma testemunha que tinha que permanecer anónima e que era extremamente confiável.
- Continuas o mesmo idiota de à 14 anos atrás. – Ouço a voz da minha mãe falar e percebo logo desde o início que ela esta muuiiiitttoooo bêbeda, como já é normal. Sinto-me envergonhada mas não há nada que eu possa fazer.

- Foi a puta da tua mãe que testemunhou contra ti e também foi ela que me contou do teu caso com a puta da mãe desse ai. – Diz apontando para Christopher, olho para ele, vejo-o a ficar rígido e percinto os problemas a chegarem.


Comentem!!! :) 
- Katra

sábado, 4 de janeiro de 2014

AVISO!

Olá caros leitores :3
Quero agradecer por nos seguirem e pelas 400 visualizações! :3 Se podessem ajudar-nos a divulgar o blog agradeciamos muito.
Venho informar que vou começar a postar :3 vou começar por postar um conto chamado Esperança. Era para ser um conto de Natal, mas como não tive tempo de postar na semana passado, vou postá-lo para a semana que vem, em princípio. 
Mais uma vez, muito obrigado por nos seguirem e bom ano novo :D

-F

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A Magia do Natal!! - Parte 2

Olá,
aqui está a segunda parte do conto de Natal. Em princípio, amanha postarei a 3º parte.
Peço desculpa por não ter postado mais cedo mas a época natalícia é sempre muito ocupada cá em casa.
Espero que gostem!!!! :)


Levantei-me e abri a porta.
Um homem de mais ou menos 45 anos e um rapaz de mais ou menos 22 anos encontravam-se na entrada da minha porta. O homem tinha cabelos castanhos com algumas mechas brancas, olhos verdes e o seu sorriso era igual ao sorriso com que eu sempre sonhava, pois aquele homem era Pierre, o meu pai.
Fiquei paralisada com a enxurrada de lembranças que voltaram, com a simples imagem do seu rosto. O seu sorriso quando voltava de viagem e via-me a correr para ir ter com ele, o seu olhar carinhoso sempre que me ia deitar, a alegria que tinha de vida (era uma alegria tão grande que até uma criança de 4 anos a conseguia perceber).
- Ola, Marie! – Diz o meu pai ainda a sorrir, ao não me ver reagir acrescenta com o sobrolho ligeiramente franzido. – Sou eu, o teu pai.
- Eu sei. – Respondo eu voltando à realidade. Uma lágrima escorre-me pela cara a baixo e eu não fiz nada para a parar. Em vez disso, afasto-me para o lado e fiz sinal para que eles entrassem. Quando o rapaz passou por mim percebi que ele era realmente lindo, ainda não lhe tinha prestado muita atenção. Tinha cabelo preto, olhos azuis e podia-se perceber os músculos por baixo do fato que vestia.
Conduzo os dois para a cozinha/sala e sirvo-lhes chá. Sento-me envergonhada por não ter mais nada para lhes servir mas a minha mãe já tinha acabado com todas as bebidas alcoólicas cá de casa à muito tempo e o café tinha acabado à dois dias, como ainda não tinha recebido este mês, não tinha dinheiro para desperdiçar com café.
Sento-me na mesa à beira deles e resolvi iniciar a conversa.
- Só li hoje a carta.
- A carta? Mas ela estava endereçada à tua mãe? – Responde-me o meu pai com o sobrolho franzido.
- Ela não se mantém tempo suficiente sóbria para ler a correspondência. – Respondo envergonhada.
- Está tão mau assim?
 - Sim. – Respondo concisa.
- Desculpa. – Diz ele. Nos seus olhos podia-se ver todo o seu arrependimento, senti-me mal por isso. Na minha cabeça a culpa de tudo era da minha mãe mas eu sabia que não era verdade. O meu pai também tinha a culpa de muita coisa, eu é que sempre o considerei perfeito, talvez por a última vez que o vi ser apenas uma criança que idolatrava o pai.
- Porque que nunca nos vieste buscar?
- Porque achei que vocês iam ficar melhor com a vossa mãe, ao fim dum mês pus um detetive atrás de vocês pois queria ver-te e à tua irmã, o detetive demorou certa de meio ano a encontrar-vos. Então, nessa altura que tentei convencer a vossa mãe a deixar-vos vir passar ferias comigo, foi também nessa altura que mandei o divórcio para que ela assinasse, junto mandei uma carta a explicar que não pediria a vossa custodia se ela deixasse vocês irem passar as ferias comigo e disse-lhe que mandaria também 600 euros por mês para ti e para a tua irmã. A tua mãe nunca me respondeu simplesmente mandou-me os papeis do divorcio assinados e fugiu novamente com vocês as duas.
- Eu nem se quer sabia que vocês estavam separados nem que tu nos mandavas dinheiro. – Disse. O meu pai olhou para mim, triste.
- Eu não sabia que as coisas estavam tão mal assim.
- Mas tu na carta disseste que tinhas um detetive a vigiar-nos, como é que é possível não saberes como é que estavam as coisas? – Pergunto-lhe confusa.
- Não sei, sinceramente, não sei. Eu sempre pensei que vocês tivessem pelo menos uma vida segura, em termos de dinheiro. Sempre foi isso que o detetive deu a intender. – Responde ele, parecia um pouco zangado.
- Eu sempre disse que não confiava naquele detetive. – Comenta o rapaz, que eu não conhecia, com desprezo. – Não me admirava nada que a Isabel tivesse pago ao detetive para te mentir durante todos estes anos.
- Com que dinheiro? – Pergunto-lhe eu, acabando por defender a minha mãe mesmo sem querer.
- O que o teu pai mandava para vocês. – Responde ele rapidamente. Não gostei nada que ele, um total desconhecido para mim, estivesse a acusar a minha mãe mas, simplesmente, lhe dirigi um olhar assassino em vez de lhe responder.
O meu pai ao perceber que o ambiente estava a ficar um pouco hostil lembrou-se que ainda não nos tinha apresentado.
- Ó meu Deus! No meio desta confusão toda esqueci-me de vos apresentar. Marie este é o Christofer.
- Nós já nos conhecemos. – Diz o rapaz, que eu agora sei que se chama Christofer, com um ar aborrecido.
- Conhecemos?! – Pergunto espantada. – De onde?
- Da infância. Nós costumávamos ser inseparáveis. – Diz com o olhar suave e um pouco distante, como se estivesse a lembrar-se de alguma coisa.
 - Não me lembro de ti. – Mal acabo de falar e percebo que estou a ser um pouco rude e nem sequer sei porquê.


Comentem, por favor!!!

- Katra

sábado, 21 de dezembro de 2013

A Magia do Natal!! - Parte 1

Aqui está o conto que vos falei... Vou posta-lo por partes, pois é um pouco grande e eu ainda não o acabei de escrever :) Espero que gostem!
Comentem!!! :)


É Natal!
Podemos afirmar isso só de olhar para as montras decoradas com pinheiros de Natal, fitas, bolinhas e luzinhas coloridas a piscar em todo o lado. Como se não bastasse, este ano está a nevar.
No Porto raramente neva no Inverno mas este ano, só para deixar as coisas mais melodramáticas do que já são, neva.
Toda a gente adora o Natal e eu até consigo perceber porquê, quer dizer, receber prendas, juntar a família e montar toda a decoração de Natal parece realmente ótimo e super divertido. Para quem tem uma família.
Eu nunca tive um Natal assim, pelo menos que me lembre. Eu e a minha irmã vivemos com a nossa mãe, não conhecemos mais ninguém da nossa família, nem se quer de fotografias. Quando tinha vinte anos, a minha mãe fugiu connosco de França e consequentemente de toda a nossa família. Eu tinha quatro anos e a minha irmã dois quando isso aconteceu, desde então já se tinham passado quatorze anos.
Esta é uma das razões de porque eu odeio o Natal, ao longo dos anos muitas outras razões foram aparecendo. Por exemplo, o facto de a minha mãe estar sempre bêbada no Natal (ou em qualquer outra ocasião) é também uma razão.
Apesar disso todos os anos, a minha irmã, Mimi, faz questão de elaborar uma grande festa com tudo o que temos direito: árvore de Natal, rabanadas, bacalhau, bolo-rei, pão-de-ló…
Eu consigo percebe-la. Ela não consegue aceitar que nos não somos uma família normal, ela necessita urgentemente de uma família normal. E isto é o que mais me doí, o facto de a minha irmã não conseguir ultrapassar o que se passou à já quatorze anos.
Suponho que fosse mais fácil de ultrapassar o que se passou se, ao menos, soubéssemos que realmente se passou. A única coisa que eu e a minha irmã sabemos é o que a nossa mãe nos contou quando eu tinha mais ou menos 10 anos. Ela contou-nos que o nosso pai tinha uma amante e que ela só conseguia pensar num solução, fugir, disse também que era por isso que bebia tanto. Sinceramente não parece muito verdadeiro para mim, essa não é a imagem que eu tenho do meu pai. Lembro de pensar que ele era o melhor pai do mundo, ele viajava muito mas sempre trazia brinquedos para mim e para a minha irmã. Lembro-me também que os meus pais passavam a vida a discutir mas não consigo acreditar que o meu pai fosse capaz de trair a minha mãe. Mas depois lembro-me que nestes quatorze anos ele nunca sequer tentou encontrar-nos, quer dizer, se realmente gostava assim tanto de nós deveria ao menos tentar encontrar-nos.
 Os dois primeiros anos que passamos em Portugal ficamos a maior parte do tempo em casa de uma vizinhas que tinham pena da minha mãe. A minha mãe não teve grandes problemas de adaptação, vem de uma família que emigrou para França e que atualmente se encontrava muito bem de finanças, então alem de falar muito bem a língua, conhecia muito bem o país pois tinha cá vindo muitas vezes passar férias com a família. Assim sendo, arranjou facilmente emprego, o problema é que mais cedo ou mais tarde os patrões percebiam que ela andava bêbeda em serviço. Durante este tempo, eu tinha esperanças que o meu pai me viesse buscar, em realidade, fazia planos para quando ele me viesse buscar. Finalmente convenci-me que ele nunca viria, então deixamos de ir para casa das vizinhas e comecei a ser eu a tomar conta da minha irmã de cinco anos enquanto eu tinha sete. Também já tinha percebido que a minha mãe não era uma mãe normal por isso tentava manter-nos, a mim e à minha irmã, o mais longe possível dela.
Atualmente tenho dezoito anos e muito pouca coisa mudou na minha vida, a não ser a carta que tinha escondida no meu bolso. Estava dirigida à minha mãe mas ela andava tão bêbeda que tenho a certeza que nunca desconfiaria. A carta vinha de França e estava assinada com Pierre, esse é o nome do meu pai, e esta foi a razão de ter ficado com a carta pois, apesar de já se terem passado quatorze anos, aquela esperança que tinha em criança ainda se encontra viva dentro de mim, mesmo com tudo que fiz para a matar.
Ainda não contei nada à minha irmã, pois esta, mais do que eu, tem esperança que um dia o pai a venha resgatar desta vida difícil. Não quero direciona-la se em realidade não for algo de bom.
Hoje é dia 20 de Dezembro, faltam cinco dias para o Natal, e encontro abro a carta espero que algum milagre de Natal acontece e que esta carta seja algo que possa sustentar as nossas esperanças.
“ Ola Isabel,
Sei que não nos falamos à muito tempo mas na última carta que te enviei há treze anos, quando finalmente te encontrei, avisei-te que voltaríamos a falar sobre as nossas filhas. Agora que Marie é já maior de idade vou a Portugal, preciso de conhece-la e à Mimi também mas sei que não me vais deixar aproximar dela até que ela seja legalmente maior de idade e tu não possas fazer nada contra.
Estarei em Portugal no dia 20 de Dezembro. Não te incomodes em fugir, desde que descobri onde te encontravas que tenho um detetive a enviar-me relatórios sobre as minhas filhas. Saberei onde estás fujam para onde fugirem.
Espero que avises Marie sobre a minha chegada, se não ela vai saber da minha presença de qualquer maneira, só preferia que não fosse um choque para ela.
Até breve,
Pierre.”
Lágrimas escorriam pela minha cara a baixo quando terminei a leitura desta carta. O meu pai sempre quis saber de nós, sempre nos amou, este era o único pensamento que permanecia na minha cabeça.

Neste momento, a campainha tocou.



Até a próxima parte!!!

- Katra

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Ausência :(

Olá!
Só vim dizer que até mais ou menos dia 20 de Dezembro não vou postar mais nada :(
Estou a escrever uma nova história e não quero começar a publicar ate ter mais ou menos 3 capítulos escritos. Fora isso, também estou a escrever um conto de Natal :)
Espero que não desistam do nosso blog e que gostem das nossas próximas histórias.


- Katra

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Tudo que perdi... - Capitulo 4

Olá!
Desculpem por ter demorado tanto tempo a postar um novo capítulo mas tive cheia de testes.
Queria pedir, mais uma vez, que comentassem porque assim eu sei se alguém algum está acompanhar e a gostar. Se não houverem comentários, eu deixo de postar pois não vou postar uma história que ninguém goste, e tento novamente com outra história :)
Bom, é tudo por hoje, espero que gostem do capítulo!
Beijos :)



Já se tinham passado dois meses desde da conversa que Ana e Adam tinham tido no consultório deste, neste tempo Ana e Adam tinham entrado numa rotina, todos os Sábados e quartas-feiras almoçavam juntos, tornaram-se grandes amigos. A princípio Ana não deixou Adam chegar muito perto, tinha medo que se chegasse perto dele e começasse a gostar dele, ele iria embora tal como toda a gente tinha ido. Mas Adam não lhe deu outra escolha a não ser deixá-lo se aproximar, sempre que ela tinha algum problema ou ficava triste, perdida nas suas memórias, Adam aparecia e a fazia sorrir, então mesmo contra a sua vontade Ana começou a gostar de Adam e ele acabou por se tornar o seu melhor amigo, não que ela fosse admitir isso, pelo menos por enquanto.
Enquanto isso, Adam foi descobrindo dentro de si sentimentos desconhecidos, algo que ele nunca tinha sentido e nunca tinha esperado sentir, especialmente por Ana, a ex-noiva do seu melhor amigo. Naqueles dois meses que ele passou com ela percebeu porque o seu melhor amigo se apaixonou por ela e muito lentamente acabou, também ele, por se apaixonar.
Desde que conseguiu identificar os sentimentos que cresciam dentro de si, ele tinha ataques de culpa por pensar em Ana sexualmente, afinal ela era noiva de Rodrigo.
Ana não tinha nem ideia do que se passa na cabeça de Adam, quando pensava nele era com muito carinho e com algum medo, pois achava que ele ia acabar por ir embora, essa ideia era uma obsessão para ela, e Adam sabia disso.
Hoje iam jantar juntos, pois Ana tinha tido uma reunião e não tinham podido almoçar juntos como de costume. Adam estava um pouco nervoso, ia-se ausentar por três dias para participar de uma palestra numa universidade de medicina e não sabia como Ana ia reagir à notícia. Não queria que ela pensasse que a ia abandonar. Tudo bem, parecia exagerado achar que ela ia entrar em pânico só por três dias mas Adam sabia que ela já tinha perdido muita gente, então ia explicar-lhe tudo direitinho para que ela não sofresse qualquer tipo de ansiedade em relação à sua ausência. Esperava realmente que tudo corre-se bem.
- Boa noite. – Diz Adam dando um beijo no rosto de Ana quando chegou ao restaurante e a encontrou já sentada na mesa à sua espera.
- Boa noite. – Respondeu ela com um alegre sorriso. No último mês, ela tinha começado a sorrir mais, isso agradava muito a Adam. Ana tinha um sorriso lindo.
Adam sentou-se e ficou uns momentos a admirar Ana enquanto ela lia a ementa. Era linda, cheia de vida. Nestes últimos dois meses, Adam tinha visto a alegria que ela sentia pela vida voltar muito lentamente para os olhos de Ana. Sentia-se feliz por ela, era bom ver que Ana voltava a ser como era antes, mesmo que nunca a tivesse conhecido como ela era antes de Rodrigo morrer sabia que era exatamente como estava a voltar a ser. Ele sabia que ela tinha uma enorme alegria de viver pelos relatos de Aurora que todas as semanas lhe ligava a perguntar como estava Ana, esses relatos tinham ajudado a que os sentimentos de Adam por Ana evoluíssem.
- Então? E novidades? – Perguntou Ana depois de se decidir pelo que ia jantar.
- Tenho algumas. – Respondeu Adam evasivo. Não queria falar já sobre a palestra. – Aurora já me ligou esta semana. Vem ao continente no próximo fim-de-semana.
  - Pois é, eu sei – Disse Ana animada. - Ela também me ligou. – O garçon chegou à beira deles naquele momento e Adam agradeceu a Deus pois não sabia sobre o que devia falar a seguir.
Depois de pedirem Adam percebeu que ia ter que falar sobre a palestra naquele mesmo momento pois não conseguia encontrar mais nenhum assunto trivial sobre o que falar (ou talvez fosse o facto de estar nervoso com a reação que Ana teria quando soubesse sobre a palestra) e, ao fim de cinco minutos em silêncio, percebeu que Ana também não tinha.
-Tenho que me ausentar da cidade pelos próximos três dias. – Comentou ele de maneira ligeira. Viu um relance de medo nos olhos de Ana e logo depois eles ficaram indiferentes. Adam ficou tenso à espera da sua reação.
- Vais aonde? – Perguntou Ana muito calma.
- Vou a uma palestra na Universidade de Medicina do Porto. – Respondeu também muito calmo, pelo menos aparentava estar calmo.
- Ok. Então suponho que o nosso almoço de Sábado está cancelado. – Comentou ela distraidamente, como se estivesse a pensar noutra coisa.
- A menos que passemos para jantar, está. – Ana olhou para Adam pensativa e logo disse:
- Podias ir comer lá a casa. Eu não gosto muito de sair à noite para jantar. – Explicou. – Prefiro comer em casa.
- Tudo bem. – Respondeu Adam admirado por Ana o ter convidado para alguma coisa. Até ao momento, nunca o tinha convidado para nada, tinha que ser sempre ele a convidá-la para sair ou para realizarem qualquer atividade que fosse.
O ambiente entre eles tinha estado tenso durante toda aquela conversa, mas ao longo da noite voltou, novamente, ao normal, para grande felicidade de Adam que receava que ela se fechasse em si mesma novamente.
Quando acabaram de jantar, Ana propôs que fossem tomar café ao seu apartamento, o que voltou a surpreender Adam, mas este não demorou muito a recompor-se e aceitar com um alegre sorriso na cara.
Era já meia-noite quando Adam se levantou do sofá de Ana, no seu apartamento, para ir embora. Teria que se levantar às seis da manhã no dia seguinte e já tinha ficado mais tempo do que devia mas, naquela noite, não conseguia deixar Ana. Talvez fosse porque não a ia ver durante três dias (o que não era muito estranho pois não era normal ver Ana muitos vezes a não ser nos almoços que tinham) ou talvez tivesse alguma coisa a ver o com a curiosidade que sentia com a alteração do comportamento de Ana com ele, eram mudanças muito subtis mas quem estivesse tão atento como ele estava, perceberia.
Por exemplo, sempre que Adam lhe tocava, Ana ficava ligeiramente sobressaltada, como se tivesse sentido algo que não devia ou não queria sentir.
- Bom, tenho de ir. – Disse Adam a Ana, levantando-se do sofá. Ana parecia desapontada e esta reação intrigou ainda mais Adam. Ana, normalmente, tentava esconder todos os sentimentos mais fortes (na realidade, ela escondia a maior parte dos sentimentos), quem não a conhecesse poderia dizer que é totalmente fria, com total falta de emoções que mostrava ao mundo.
Adam dirigiu-se para a porta, abriu-a para sair mas antes voltou-se para Ana para se despedir e, no ultimo momento, esqueceu completamente todo o seu discurso de despedida ao reparar, mais uma vez, o quão linda estava e fez algo que, ele pensava totalmente inadequada de fazer com uma mulher que ainda estava de luto pelo seu melhor amigo, beijou-a.


-Katra

sábado, 19 de outubro de 2013

Tudo que perdi... - Capitulo 3

Comentem :)


Aurora já tinha ido à uma semana para a Madeira, e Ana estava a dar-se muito bem no trabalho apesar de só estar sozinha á uma semana.
Muita coisa tinha mudado, no último mês, em Ana. Quem a tivesse conhecido no mês passado não a reconheceria atualmente. Não que já tivesse superado de vez a morte de Rodrigo apenas tinha percebido que ia continuar viva, quer Rodrigo vivesse ou não. Não era suicida, logo matar-se nem lhe passou pela cabeça embora muita gente possa ter pensado que seria esse o seu fim.
A primeira coisa que fez ao perceber que ia continuar viva, foi uma mudança completa de visual: cortou o cabelo pelos ombros, pintou-os de castanho e mudou o seu estilo de roupa. No fim desta mudança sentia-se muito melhor, pensou que, se ia começar de novo, deveria começar em todos os sentidos.
Apesar desta mudança, Ana prometeu a si mesma não voltar a amar pois sempre que o fazia essa pessoa morria e saia para sempre da sua vida. Concluiu então, que iria passar o resto da sua vida sozinha. Esta ideia não lhe agradava nem um pouco, por isso, Ana resolveu realizar um dos seus maiores sonhos: ter um filho.
Para isso marcou uma consulta com Adam para que ele pudesse aconselhar-lhe uma clínica, afinal ele era amigo da família, mesmo assim não sabia que não seria fácil para ninguém aceitar essa ideia.
 
*****Adam*****
 
Adam franziu o sobrolho ao ver Ana entrar no seu consultório. Não a via desde o jantar em casa de Aurora depois do acidente de Ana. Aurora tinha voltado a convida-lo para ir lá jantar, mas Adam preferiu dar tempo a Ana para se adaptar à sua nova vida, além disso, tinha percebido que Ana se sentia desconfortável à sua volta.
- Bom dia, Ana! – Cumprimentou ele. – Estás doente?
- Bom dia. – Respondeu. – Não, não estou doente. Preciso de um concelho.
- Um conselho? – Perguntou Adam espantado por ela ter ido ter com ele a procura de conselhos. – Sobre o quê?
- Quero ter um filho e gostaria que me aconselhasses uma clínica de inseminação artificial. – Quando acabou a sua explicação olhou para a cara de Adam e começou-se a rir.
Adam estava totalmente incrédulo, de todos os assuntos, aquele seria o último que ele esperava que ela falasse.
- Porquê inseminação artificial? – Perguntou ele assim que se recuperou do susto. – Porque não esperas encontrar alguém com quem queiras ter um filho? Ainda és muito nova para pensar numa coisa assim tão drástica.
- Eu não posso voltar a amar nenhum homem.
- Porquê?
- Não posso perder mais ninguém. – Respondeu simplesmente. Adam compreendia-a mas ela era muito nova para considerar aquilo como algo definitivo.
- Não podes fazê-lo. Pelo menos, não já. A morte de Rodrigo ainda é muito recente para ti, tens de esperar pelo menos mais um ano para teres a certeza que estás a tomar essa decisão racionalmente. – Tentou-lhe explicar Rodrigo.
- Tu não estás a perceber! – Disse ela, a sua voz continha um pouco de desespero. – Eu preciso desse filho! Eu não posso voltar a estar sozinha.
- Tu não estás sozinha, tens a Aurora e tens-me a mim. – Respondeu-lhe Adam.
- Aurora está na Madeira e eu mal te conheço. Pelo que eu sei sobre ti podias ser um serial killer. – Adam manteve-se calado durante um momento a considerar tudo aquilo. Ela tinha razão eles mal se conheciam mas ele não podia deixa-la fazer uma estupidez tão grande. Precisava de ganhar tempo.
- Espera dois anos antes de fazeres isso.
- Não posso esperar tanto tempo.
- Um ano então. Eu prometo que fico contigo durante esse tempo. – Prometeu Adam.
- Eu não preciso da tua pena. – Comentou Ana com raiva.
- Não é pena. Eu queria que nos tornássemos amigos antes, mas tu não parecias muito bem para fazer novas amizades. – Disse Adam. – Eu não poderia deixar de querer ser teu amigo depois da maneira como fizeste o meu melhor amigo feliz.
 Ana avaliou-o durante um longo, longo tempo e, por fim, disse:
- Está bem. Um ano e nem mais um dia. – Sorriu triste e acrescentou: - Vamos ver se me aguentas durante tanto tempo. – Levantou-se da cadeira e dirigiu-se para a saída.
- Ana. – Chamou Adam. Ele estava contente por ter conseguido que ela mudasse de ideias. – Amanha queres ir jantar comigo?
- Pode ser. – Respondeu. Adam sabia que não ia ser fácil conseguir a sua confiança ou afeição, não depois que ela tinha admitido que não queria sofrer mais, mas ele sabia que não ia desistir. Ela ia ter que acabar por ceder e ele ia mostrar que nem toda a gente vai embora.

-Katra

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tudo que perdi... - Capitulo 2

Olá gente, aqui estou eu com um novo capitulo. Espero que gostem!
Ps- Se comentarem como anonimos assinem por favor, para eu saber se continuam a acompanhar a historia ou nao. Obrigado.

Uma semana depois Ana saiu do hospital e mudou-se para casa de Aurora, que em breve partiria para a Madeira. Aurora tinha achado melhor Ana viver em sua casa pois assim não precisaria deixar a casa fechada por quase o ano todo, depois de muita discussão Ana acabou por ceder afinal morava numa casa alugada.
Quando Ana estava arrumar as suas roupas nos armários Aurora entrou no quarto e disse:
- Convidei o Adam para vir cá comer, espero que não te importes.
- Não, está tudo bem. – Respondeu Ana ligeiramente contrariada. Ana não tinha nada contra o médico até porque ele, segundo dizia Aurora, era um grande amigo de Rodrigo mas realmente não gostava de médico em geral, achava que já tinha tido o suficiente deles pelo resto da sua vida: primeiro com a morte dos seus pais num acidente e depois com Rodrigo.
- Bom, então vou fazer o jantar. – Disse Aurora saindo de seguida do quarto. Ana sempre tinha gostado do facto de, apesar de ser rica, Aurora ser muito simples. Aurora tinha apenas uma empregada para lhe limpara a casa e apenas porque realmente não tinha tempo para arrumar ela mesma a casa. Todas as refeições eram preparadas por si mesma.
Ana acabou de arrumar as suas roupas, desceu as escadas e foi ajudar Aurora a fazer o jantar e a pôr a mesa.
Adam chegou as oito horas em ponto.
- Boa noite, meu querido. – Cumprimentou Aurora alegre como sempre. Adam deu-lhe dois beijos, um em cada lado das faces e sorriu.
- Boa noite, Aurora. – Depois olhou para Ana e disse: - Boa noite, Ana. – Não a beijou como fez com Aurora, parecia perceber que Ana não se sentiria confortável com esse tipo de intimidade.
- Boa noite, Adam. – Respondeu Ana reservada. Depois disso foram jantar.
Ana sentou-se em frente a Adam mas não prenunciou uma palavra durante toda a refeição apenas ouvia a interação divertida que Aurora parecia ter com toda a gente que conhecia. Observando bem, Ana reparou que Aurora tratava Adam como se fosse seu filho, percebeu que Adam e Rodrigo deviam ser mais amigos do que tinha percebido, só não conseguia perceber como é que nunca tinha ouvido falar de Adam até aquela fatídica noite.
Já na sobremesa Aurora resolveu que já estava na hora de Ana participar da conversa.
- Então Ana, passasse alguma coisa?
- Não. – Respondeu Ana um pouco espantada. – Porquê que haveria de se passar alguma coisa?
- Não sei. – Respondeu Aurora muito sinceramente. – Não disseste uma palavra durante toda a refeição.
- Não tenho nada para dizer. – Respondeu Ana simplesmente, momentos depois ganhou coragem e perguntou a Adam: - Porquê que eu só te conheci depois do acidente?
Adam olhou para Ana surpreso por ela lhe ter dirigido a palavra, não o tinha feito desde que a conhecia a menos que fosse por uma questão de cortesia. Não lhe levava a mal afinal ela ainda estava de luto por isso se surpreendeu tanto por ter falado com ele.
- Eu estava a trabalhar em África. Tinha chegado a dois dias a Portugal quando Rodrigo teve o acidente. – Ana encolheu-se com a lembrança e imediatamente Adam arrependeu-se de ter mencionado o assunto. Nestes últimos dois anos Adam tinha admirado a força que Ana tinha, ao longe. Tinha, desde o início, aprovado a escolha de Rodrigo, Ana era uma mulher muito bonita e cheia de força interior. Adam ficou com pena que Rodrigo não tenha podido aproveitar essa incrível mulher por mais tempo mas nem sempre podemos ter aquilo que queremos, a melhor solução é seguir com a vida e aproveitar enquanto podemos. Ana ainda não tinha conseguido seguir com a sua vida mas Adam sabia que ela era uma mulher inteligente e conseguiria superar, esquecer nunca mas superar sim.
- Mas ele nem sequer tocou no teu nome, nos oito meses que estivemos juntos. – Replicou Ana a assim que se recuperou.
- Eu estive um ano completo em Africa e antes de ir para lá eu e Rodrigo tivemos uma discussão. – Respondeu-lhe Adam.
- Que tipo de discussão? – Perguntou Ana curiosa, o Rodrigo que ela conhecia não conseguia ficar zangado com ninguém por uma semana quanto mais um ano.
- Eu dormi com uma ex-namorada dele. – Respondeu Adam envergonhado. – Eles só tinham acabado á dois dias.
- Ok, isso realmente é razão para se chatear mas se eles tinham acabado não era para ele ficar zangado contigo por um ano completo. – Observou Ana. – Por aquilo que eu conheci dele, ele não conseguia estar zangado com ninguém por muito tempo. – Ana observou a reação de Adam ao que disse e percebeu que ele ficava realmente triste.
- Não foi ele que acabou com o namoro... E depois da discussão, eu foi para África e lá não havia maneira de comunicar com ele, pelo menos no sítio onde eu estava não podia ter telemóvel. – Aurora que até este momento tinha estado silenciosa resolveu interferir, pareceu-lhe que por enquanto já bastava. Sorriu ao ver o rosto de Ana, o seu rosto não mostrava tanta emoção desde que Rodrigo tinha morrido e antes disso tinham-se passado dois anos sem qualquer alteração na sua expressão.
- Isto já parece a inquisição espanhola… Vamos antes tirar a mesa que beneficiamos mais com isso.

Adam percebeu o sorriso no rosto de Aurora e estranhou, Aurora não costumava tirar prazer do constrangimento dos outros, analisou melhor a situação e percebeu que ela estava assim porque pela primeira vez em muito tempo Ana tinha demonstrado algum interesse em alguma coisa e apesar de si mesmo, Adam sorriu também. Era bom ver que lentamente Ana voltava a recuperava-se, apesar de, segundo Aurora, só tenha começado a fazer progressos na última semana, Adam alegrava-se com isso.

Comentem, por favor!!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Tudo que perdi... - Capitulo 1

Olá, aqui estou eu com o primeiro capitulo. Espero que gostem!!

Começar de novo

A segunda vez que Ana acordou naquele dia viu Aurora, a mãe de Rodrigo, sentada numa cadeira ao seu lado.
- Finalmente acordas-te. – Disse ela. – Bom dia! – Disse alegremente. Ana não conseguia compreender como Aurora podia estar tão alegre quando á apenas 2 meses o seu filhos tinha morrido, mas depois recordou-se que Aurora tinha reagido melhor do que ela com a noticia do filho poder nunca acorda. Claro que a inicio, tal como aconteceu como Ana, Aurora entrou em negação, não conseguia acreditar que uma pessoa tão ativa e alegre de um momento para o outro ficasse numa cama, adormecido, sem qualquer exercício e sem ter o seu tão alegre e expressivo sorriso no rosto, isso era tão raro como um trevo de 4 folhas, Ana não podia lembrar muitos momentos em que Rodrigo não estivesse a sorrir, fosse por que motivo fosse.
Ao fim de 3 meses sem que houvesse qualquer alteração do quadro médico de Rodrigo, Aurora muito lentamente foi habituando-se a ideia que Rodrigo nunca mais fosse acordar, que tinha perdido o seu querido e único filho. Lamentava-se constantemente pois não era justo uma mãe ter que ver o seu filho morrer, essa não é a ordem natural das coisas mas, ao fim de 6 meses, apesar de ainda chorar todas as noites, Aurora começou a levar a sua vida em frente no hotel que toda a vida tinha pertencido a sua família. Para a maioria das pessoas este poderia parecer um gesto insensível mas em realidade o trabalho no hotel era única coisa que mantinha Aurora viva.
Ana não tinha conseguido seguir em frente com a sua vida pois no tempo que tinha estado com Rodrigo, toda a sua vida tinha passado a resumir-se a ele. Ela não tinha um hotel para gerir como Aurora, não tinha pais em que se apoiar, pois tinham morrido 2 anos antes de conhecer Rodrigo, e também não tinha irmãos para a apoiarem, era filha única. A única coisa que poderia tê-la feito seguir em frente, morreu no dia do acidente do seu amor.
Durante aqueles dois anos, Ana passava o máximo de tempo possível com Rodrigo no Hospital, contava-lhe como tinha passado o dia e dizia repetidamente o quanto o amava com esperança que esta declaração de amor pudesse, por fim, traze-lo de volta á vida.
Quando, por fim, tiveram que desligar as máquinas de Rodrigo, Ana sentiu que mais um bocadinho de si mesma morria lentamente. Os dois meses que se tinham passado desde esse dia tinham sido terríveis para ela: não comia bem, não dormia, começou a passar a noite em bares a beber e, por fim, como consequência foi despedida.
Agora encontrava-se ali, sem a sua razão para viver, sem dinheiro e sem emprego.
- Bom dia! – Respondeu Ana sem nenhuma alegria, Aurora olhou para ela com uma ponta de pena. Sabia o quanto aquela mulher amava o seu filho, alegrava-lhe imenso que o seu filho tivesse encontrado um amor tão grande e tão puro antes de se ausentar deste mundo. Mas Ana tinha que conseguir seguir com a sua vida e Aurora prometeu a si mesma que a ia ajudar nem que fosse a última coisa que fizesse na sua vida.
- Então, rapariga? Gostas assim tanto de hospitais que quiseste voltar para cá? – Perguntou-lhe Aurora a sorrir, Ana não lhe respondeu pois os hospitais sempre a faziam lembrar o tempo que tinha passado com Rodrigo naquele mesmo hospital. Aurora ao ver a expressão de melancolia na cara de Ana, ficou seria e disse:
- Não podes passar o resto da tua vida presa com o meu filho. És muito nova ainda, vais arranjar alguém que ames e que te ame em igual intensidade. – Aurora percebeu que Ana ia protestar e acrescentou: - Eu sei o quanto amas-te o meu filho mas não querer dizer que não possas voltar a amar. Tens de te recompor e recomeçar, outra vez, a tua vida.
- Nem sequer emprego tenho. – Comentou Ana com tristeza.
- Isso realmente não é um problema, eu andava a procura de um gestor para o hotel que tenho cá pois vou viver para a Madeira. – Disse Aurora. – Então, estás contratada.
- Não me podes contratar assim, nem sequer me entrevistaste. – Disse Ana espantada.
- Nem preciso. – Respondeu-lhe Aurora com a simplicidade de quem está habituado a resolver todo o tipo de problemas. – Eu conheço-te e sei que és competente. Só foste despedida porque ainda não conseguiste superar a morte do meu filho mas agora isso é diferente porque tu vais levar a tua vida em frente e vais voltar a fazer um ótimo trabalho.
- Mas… - Tentou Ana protestar.
- Sem mas nem meio mas. Vais trabalha lá, se para mais nada então que seja para me ajudares.
- Ok. – Aceitou Ana resignada, por fim, sabia que Aurora era muito teimosa e não ia desistir. Nesse momento entrou dentro da sala um médico.
- Bom dia, dona Aurora. – Disse ele. – Vejo que já a conseguiram encontrar.
- Ah, rapaz! Depois de tantos anos ainda não me consegues chamar apenas Aurora. – Repreendeu Aurora com um sorriso carinhoso no rosto. O médico riu e disse:
- Peço desculpa, é o hábito. – Ana estranhou toda esta familiaridade Aurora nunca tinha dito que conhecia nenhum médico do hospital e também não parecia que fosse da altura em que Rodrigo esteve lá pois eles pareciam conhecer-se a muitos anos.
Ana olhou intrigada para o médico enquanto ele conversava com Aurora. Não devia ter mais de trinta e dois anos, tinha ombros largos e parecia que a bata escondia os músculos. Tinha olhos azuis e cabelo preto. Muita gente poderia dizer que era lindo mas Ana achava que já não podia dizer nada sobre isso os homens já não lhe interessavam. De repente Ana lembrou-se de quem era aquele médico e toda a familiaridade entre o médico e Aurora passou a fazer sentido. Aquele era o médico que Rodrigo ia buscar no dia do acidente, o Adam. Ana lembrou-se também que ele costumava ir regularmente ver Rodrigo e que, apesar disso, nunca tinha trocado muitas palavras pois Ana tinha estado muito fechada no próprio mundo, além do dia em que Aurora os tinha apresentado Ana não se lembrava de ter voltado a falar com ele.
- Então Ana, como é que te sentes? – Perguntou Adam quando por fim terminou a conversa com Aurora.
- Doí-me a cabeça e estou um pouco enjoada. – Respondeu ela envergonhada. Não gostava de ser o centro das atenções, então, raramente se queixava quando se sentia mal, fora o tempo que tinha estado com Rodrigo, sempre tinha sido ela que tinha que tomar todas as decisões e sempre tinha sido ela a tomar conta de tudo sozinha.
- E normal doer-te a cabeça pois bates-te com ela e estas enjoada por causa dos medicamentos que te tivemos de dar. – Explicou Adam. – Não te doí mais nada?
- Não. – Respondeu-lhe ela.

- Bom, então vou embora que o meu turno já acabou. – Disse Adam e logo de seguida saiu do meu quarto.


Comentem, por favor! Se não, eu não sei se gostaram ou não!

- Katra

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Tudo que perdi... - Prologo

Ola,
aqui estou eu com o inicio da nova historia...
Espero que gostem... :)
Comentem!


Mais uma vez Ana pensava na pessoa que mais amava. Tudo nele a fascinava mas, como se costuma dizer, tudo que é bom acaba depressa. Distraída como estava a relembrar novamente aqueles momentos da sua vida, atravessou a rua sem verificar se algum carro estava a passar, infelizmente, um motorista que conduzia com muita velocidade não teve tempo para travar e acabou por a atropelar. Com o embate Ana entrou em coma pois bateu com a cabeça no chão mas isso não a impediu de continuar a relembrar todos os momentos que tivera com Rodrigo, a pessoa mais importante na sua vida.
Conheceram-se na Madeira, Ana ia a sair do Museu de Arte Contemporânea no Funchal, mais precisamente em Fortaleza de Santiago, quando bateu contra um peito forte e duro.
- Oh, desculpe, não o vi. – Pediu olhando para cima e deparando-se com uns olhos da cor do mar que rodeava a Madeira.
- Não faz mal. – Disse com um sorriso rasgado no rosto. – Parece que realmente gostou da exposição. – Comentou ele num tom de conversa, comentando o facto de ela estar realmente muito distraída quando bateu contra ele.
- Realmente. – Respondeu ela. – Eu sempre achei a arte uma forma de fugir da realidade.
- Eu também acho, já é a terceira vez que aqui venho. – Disse ele. Depois esticou a mão para cumprimentar Ana. – Prazer, eu chamo-me Rodrigo.
- Ana. – Respondeu ela ao estender a mão para o cumprimentar.
- Hum… Eu ia tomar um café, queres vir comigo? – Perguntou Rodrigo. Ana acenou com a cabeça. Em conversa no café eles perceberam que tinham bastante em comum, moravam muito perto um do outro, trabalhavam na mesma área, gostavam do mesmo tipo de livros, de filmes, de músicas… Enfim, tinham mesmo muito em comum. Rodrigo contou a Ana que estava na Madeira de férias na casa de uns amigos. E Ana contou-lhe que aquele era o seu último dia nas ilhas, Rodrigo ficou um pouco dececionado pois ainda ia passar duas semanas lá e realmente gostava da companhia de Ana, mas rapidamente esse inconveniente foi esquecido quando combinaram encontrarem-se depois que ele voltasse da ilha.
Duas horas depois Rodrigo teve que ir embora mas não foi sem antes pedir o número de Ana pois mesmo que se fossem encontrar em Lisboa, cidade em que ambos moravam, apenas duas semanas depois Rodrigo ficou com medo que ela não aparecesse e não queria perder o contacto com ela.
Duas semanas depois eles voltaram-se a encontrar em Lisboa, tal como combinado, num café que Ana adorava pois todos dias pessoas costumavam subir ao palco e recitar poemas da sua autoria. Nesse dia um poema em especial chamou atenção de Ana. Falava sobre amores perdidos. Rodrigo, ao ver, o olhar pensativo que ela tinha no rosto perguntou-lhe, com um sorriso no canto dos lábios:
- És uma romântica, não és?
- Hum… - Disse Ana acordando dos seus pensamentos. – Nem por isso. - Rodrigo sorriu, ele sabia que ela não estava a ser totalmente sincera com ele.
A partir de ai e eles começaram a encontrar-se quase todos os dias, às vezes nesse mesmo café outras vezes nas suas respetivas casas.
Já se conheciam há dois meses quando se beijaram pela primeira vez, não se tinham beijado antes pois tinham medo de perder a amizade que em pouco tempo tinham criado. Foi uma noite depois do jantar, eles tinham jantado em casa de Ana pois ela queria experimentar uma receita nova que uma amiga lhe tinha dado, então depois que toda a cozinha estava arrumada, resolveram ver um filme que ia dar na televisão. Era uma comédia romântica que há muito tempo Ana queria ver, no final do filme Rodrigo sentou Ana no seu colo e simplesmente beijou-a. Realmente não sabia o que, finalmente, tinha rompido o seu autocontrole, só sabia que não conseguia aguentar mais e assim que os seus lábios tocaram os de Ana percebeu que era a coisa certa a ser feita, e soube também que tinha sido no momento certo, se o tivesse feito mais cedo sabia que não teria tanto significado.
Ana sentiu-se um pouco desnorteada com todos os sentimentos que imergiram de dentro dela com um simples beijo, não era nenhuma adolescente para ficar com borboletas no estômago e com as pernas bambas mas era exatamente isso que estava a sentir nesse momento. Ela sabia que os seus sentimentos por Rodrigo estavam a crescer cada vez mais mas realmente não achava que esta a começar a amar aquele homem. Através daquele beijo percebeu que já o amava e também que era totalmente correspondida.
Quando as suas bocas se separaram pois eles precisavam de ar, Rodrigo disse:
- Eu sei que já ninguém faz isto e que, além disso, nós não somos nenhuns adolescentes mas… Queres namorar comigo? – Ana ficou realmente encantada, o homem que ela se tinha apaixonado era realmente único e a partir desse momento apenas dela.
- Sim, eu aceito. – Respondeu ela com uma lágrima a escorrer-lhe pela cara a baixo, ele limpou-lhe a lágrima da cara com muito carinho e abriu um sorriso enorme, Ana sorriu também e encostou a sua testa na dele.
Era o dia de anos de Ana, nessa noite ela ia jantar fora com Rodrigo para festejar. Tinham-se passado seis meses desde que Rodrigo tinha pedido Ana em namora durante esse tempo todo Rodrigo demonstrou a Ana que também ele era um romântico e então ela finalmente confessou que também era uma romântica. Ana nesse dia estava muito feliz pois além de fazer anos também fazia seis meses que eles namoravam, ela lembrava-se de como a princípio tinha ficado com muito medo que o namoro deles não resultasse mas ao longo do tempo foi percebendo que as poucas discussões que eles tinham tido só serviam para fortalecer a sua relação.
 Depois de jantarem, nessa noite, Rodrigo levou Ana até ao seu apartamento e com a desculpa de irem ver as estrelas conseguiu leva-la para o telhado da sua casa. Quando lá chegaram Ana ficou de boca aberta, no chão do telhado tinha escrito, com pétalas de rosa rodeadas de velas “Casa comigo.”. Ana olhou boquiaberta para Rodrigo que meteu a mão no bolso e tirou de lá de dentro um caixa, abriu-a e dentro tinha um lindo anel de noivado. Rodrigo ajoelhou-se a frente de Ana e disse muito docemente:
- Casa comigo. – Com a cara já banhada com lágrimas de emoção Ana ajoelhou-se a frente dele, sussurrou um “sim” muito rouco devido às lágrimas e beijou-o.
No outro dia de manhã Ana acordou primeiro que Rodrigo e ficou a observá-lo dormir. Era tão lindo, parecia tão calmo a dormir que ninguém podia imaginar a pessoa hiperativa que era quando estava acordado. Poucos minutos depois Rodrigo acordou também, olhou para ela sorriu-lhe e beijou-a. Ana levantou-se para ir tomar banho tinha um encontro marcado com a mãe de Rodrigo, iam as compras. Mas quando se levantou sentiu uma grande tontura e voltou a sentar-se rapidamente. Rodrigo ficou muito preocupado e obrigou-a a voltar a deitar-se. Vestiu-se e disse a Ana que ia buscar um amigo dele que era médico a casa deu-lhe um beijo e lançou-lhe um olhar preocupado antes de sair do quarto.
Enquanto isso, Ana ligou para a futura sogra a avisar que já não ia poder sair com ela pois tinha-se sentido mal depois de vários minutos conseguiu convencer a pobre senhora que era apenas um exagero do seu filho e que ela estava bem. Uma hora passou-se Ana começou a ficar preocupada com Rodrigo. Uma hora e meia depois de Rodrigo ter saído de casa recebe uma chamada a dizer que Rodrigo teve um acidente muito grave e estava em coma. Ana entrou em pânico, não podia sequer pensar em perder Rodrigo agora, não quando estavam juntos á tão pouco tempo. Em realidade ela não conseguia pensar em perde-lo nunca. Deitou-se na cama e juntou as pernas ao peito e começou a chorar descontroladamente. Ela tremia muito mas nem reparava nisso pois o frio que ela tinha vinha de dentro da sua alma.
Uma horas depois conseguiu finalmente recompor-se e arranjou um táxi e foi diretamente para o hospital. A mãe de Rodrigo já lá estava e quando viu Ana a chegar correu até ela e abraçou-a a soluçar. Depois de se ter descontrolado em casa já não conseguia mais chorar nem reagir ao quer que fosse, estava como que adormecida.
Os médicos disseram que Rodrigo podia nunca mais voltar acordar do coma desesperando mais ainda a mãe de Rodrigo e mais uma vez Ana não reagiu apenas disse com a maior calma:
- Posso vê-lo? – Quando foi autorizada a vê-lo, finalmente reagiu, Ana ficou em tal estado que teve que ser sedada. Acordou horas depois e os médicos disseram-lhe que com os nervos ela tinha perdido o seu filho, Ana não se deu ao trabalho de explicar que não sabia que estava grávida a única coisa que lhe interessava naquele momento era que a única pessoa que a fazia viver podia nunca mais acordar.
Dois anos depois os médicos tiveram que desligar as máquinas de Rodrigo, apesar da sua reação negativa inicial, Ana sempre tinha tido esperanças que ele ia abrir os seus lindos olhos cor do mar novamente mas isso nunca aconteceu. Tal como previra, Ana teve grandes ataques de tristeza por nunca ter visto o resultado do seu amor com Rodrigo, essa criança teria sido o seu motivo de viver, o motivo que ela precisava para continuar a viver.

 Já se tinham passado dois meses desde que as máquinas tinham sido desligadas. Ana acordou, de repente, ao lembrar-se do impacto que o seu corpo fez com o carro. O seu primeiro pensamento foi:” Porquê que eu acordei se ele não? Já não tenho nenhuma razão para viver, porque fui acordar?”





Não se esqueçam de comentar, por favor!
- Katra

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